Sacrificar um pedacinho do mundo imaginário...
Bem, para mim o texto do Gorz tem outro sentido agora.
Parece que se perdeu a linha divisória entre o "eu" e o "outro". Ele não fez sacrificios por ela; não havia mais uma divergência entre "vidas/almas". Repito, ele não cometeu nenhum sacrificio - não se doou a ela por amor. Fez o que fez porque ela já era ele, ele já era a D. Criou toda a história, montou o seu conto de fada para honrar (legitimar) seu ato... consumou a morte em que já vivia, admitiu-se como defunto a partir da história mágica. Quis se tornar o principe encantado: compor a peça de desejo perfeita para a aprisionada princesa (trancafiada, mais bela = débil/doente, mas lutadora, companheira, desejável...). Mais uma história cheia de "ego": Gorz havia de se mostrar como o principe perfeito para seu próprio consolo de vida. Quis que a realidade fosse um reflexo dos seus desejos... morreu bem, pelo menos; se deu bem: não precisou compartilhar da idéia de mundo X desejos, eu, outro... idealizou a despedida perfeita, honrada...
Não sei se faz algum sentido para quem já leu o texto Carta a D. de Andre Gorz, mas sei, deve fazer muito menos sentido para os que ainda não leram. Então um asugestão: leiam, esse curto texto, sublimem-se pelo amor e ato nobre de sacrificio e companheirismo eterno, até que um dia, aos prantos, magoados com o que se pareceram para alguem que amam; chorando, sei que a minha versão poderá ter algum sentido.
Bem, para mim o texto do Gorz tem outro sentido agora.
Parece que se perdeu a linha divisória entre o "eu" e o "outro". Ele não fez sacrificios por ela; não havia mais uma divergência entre "vidas/almas". Repito, ele não cometeu nenhum sacrificio - não se doou a ela por amor. Fez o que fez porque ela já era ele, ele já era a D. Criou toda a história, montou o seu conto de fada para honrar (legitimar) seu ato... consumou a morte em que já vivia, admitiu-se como defunto a partir da história mágica. Quis se tornar o principe encantado: compor a peça de desejo perfeita para a aprisionada princesa (trancafiada, mais bela = débil/doente, mas lutadora, companheira, desejável...). Mais uma história cheia de "ego": Gorz havia de se mostrar como o principe perfeito para seu próprio consolo de vida. Quis que a realidade fosse um reflexo dos seus desejos... morreu bem, pelo menos; se deu bem: não precisou compartilhar da idéia de mundo X desejos, eu, outro... idealizou a despedida perfeita, honrada...
Não sei se faz algum sentido para quem já leu o texto Carta a D. de Andre Gorz, mas sei, deve fazer muito menos sentido para os que ainda não leram. Então um asugestão: leiam, esse curto texto, sublimem-se pelo amor e ato nobre de sacrificio e companheirismo eterno, até que um dia, aos prantos, magoados com o que se pareceram para alguem que amam; chorando, sei que a minha versão poderá ter algum sentido.